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primeira temporada de Stranger Things é simplesmente brilhante; sua mistura única de intrincado desenvolvimento de personagens e escrita inteligente o torna um dos programas de destaque de 2016.

O programa consegue equilibrar vários grupos de personagens principais e realizá-los com detalhes suficientes para torná-los realistas.

O início de tudo

Quando o jovem Will Byers (Noah Schnapp) desaparece em circunstâncias misteriosas, estranhas ocorrências começam a acontecer na cidade enquanto a investigação sobre o desaparecimento de Will acontece.

 Há uma inspiração óbvia tirada de Arquivo X, os Goonies, Stephen King e o charme de Steven Spielberg que é evidente por toda parte, misturado e entregue de tal maneira que faz Stranger Things se destacar como uma série sólida por seu próprio mérito.

Com apenas 8 episódios, há um senso de urgência definido por toda parte; um desejo de mover o enredo adiante e focar na dinâmica do personagem em jogo. Há algum trabalho muito bom neste departamento, com excelentes atuações e performances. 

Os quatro atores mirins, sem incluir Onze (Mille Bobby Brown), tem personagens incrivelmente bem escritos com uma dinâmica realista entre eles – você realmente sente que essas crianças são melhores amigas. É ajudado também por um roteiro bem escrito, com diálogos realistas e apresentando um bom ritmo por toda parte.

 As pequenas piadas, os picos dramáticos de tensão e as tensões resultantes que se acumulam entre os meninos tornam o enredo cativante.

Os anos 80 bem retratados

Uma das melhores partes de Stranger Things é sua reconstrução fiel dos anos 80. Sua sutileza ajuda na imersão, seja mostrando um personagem de fundo batendo na TV para uma melhor recepção, as crianças brincando de masmorras e dragões no porão ou a trilha sonora dos anos 80 infundida por toda parte, Stranger Things faz um ótimo trabalho ao retratar um mundo realista. 

É ajudado também pelos elementos de terror e suspense que são mostrados por tempo suficiente para chocar, trazendo uma sensação de pavor e horror às cenas. O velho ditado “mostre, não conte” é bem usado aqui, com o mistério bem escondido e o monstro que persegue os personagens não mostrados até o último episódio.

É difícil encontrar falhas na primeira temporada de Stranger Things. A combinação de personagens bem escritos, escrita focada e nostalgia distinta dos anos 80 o tornam um ótimo programa do início ao fim. Os efeitos CGI usados para dar vida ao monstro são talvez um pouco decepcionantes – com tanta ênfase nos anos 80, teria sido um bom tributo ter isso feito com efeitos práticos, mas é um ponto menor e que realmente não prejudica muito a série. 

Stranger Things é uma das melhores séries de 2016 e sua combinação inteligente de nostalgia dos anos 80 e narrativa afiada o coloca acima de muitas séries. É difícil não recomendar Stranger Things, vale muito a pena conferir.