Stranger Things 5ª temporada: análise completa e emocionante do episódio 1 “O Rastejar”
Uma abertura tensa que prepara terreno para o caos em Hawkins
O primeiro episódio da quinta temporada de Stranger Things finalmente chegou à Netflix trazendo um retorno carregado de nostalgia, tensão e o anúncio claro de que o confronto final está se aproximando. Em “O Rastejar”, a série volta ao Mundo Invertido, reposiciona seus personagens e prepara um novo ciclo de terror, revelando que Vecna nunca esteve tão próximo — ou tão perigoso.
Este artigo aprofunda os acontecimentos do episódio, discute o simbolismo das cenas, explora o estado emocional dos personagens e analisa como a produção está estruturando o caminho para o grandioso encerramento da história.
Recapítulo do episódio: o passado volta para assombrar Will
O retorno ao Mundo Invertido e a origem da ligação com Vecna
A abertura do episódio retorna a 12 de novembro de 1983, colocando Will novamente dentro do Castelo Byers, ecoando o terror da primeira temporada. Perseguido por um Demogorgon e encurralado por Vecna, ele é infectado de forma direta, reforçando o elo mental que já o assombrava desde as temporadas anteriores.
Esse momento não apenas conecta a nova fase da série às origens da trama, como revela que Vecna esteve presente na vida de Will desde o início, algo que muda a percepção sobre vários acontecimentos passados.
Hawkins em quarentena: a cidade transformada em zona de guerra
Quatro anos depois, em 3 de novembro de 1987, Hawkins vive sob cerco militar. Buracos gigantes foram “tapados” com chapas metálicas, exames médicos são compulsórios e a população tenta sobreviver à nova normalidade.
As crianças, por sua vez, como sempre, encontram formas criativas de se adaptar — até usando as placas metálicas como skate — muito para o desespero dos soldados.
Robin e Steve em nova missão enquanto Nancy e Jonathan tentam manter o grupo unido
Robin assume o papel de DJ numa rádio local, usando o programa como meio de comunicação clandestina entre os grupos. O sinal instável revela a presença de interferências misteriosas, enquanto Nancy e Jonathan aparecem para ajudar a restabelecer a transmissão.
A chegada de Murray, sempre envolvido em coisas suspeitas (e úteis), adiciona um elemento de mistério com um manifesto militar que indica uma entrega de suprimentos às 22h. Tudo isso faz parte do plano da turma para usar caminhões militares como porta de entrada para o Mundo Invertido.
Dustin em luto e isolado: a nova versão de Max
Entre todos, Dustin carrega o peso emocional mais evidente. Ainda traumatizado com a morte de Eddie, ele não aceita “se misturar” ou seguir em frente como os outros tentam sugerir.
Vestindo o símbolo do Hellfire Club, ele enfrenta até mesmo os Tigres de Hawkins, agora liderados por Andy, e acaba apanhando por sua atitude desafiadora.
Seu sofrimento, muito semelhante ao de Max na temporada anterior, mostra que a produção pretende explorar o luto sob uma nova perspectiva — desta vez, com um dos personagens mais carismáticos da série.
Eleven volta a treinar sob a vigilância extrema do exército
Enquanto os militares procuram por Eleven, ela treina para recuperar e controlar seus poderes, tentando atingir uma meta impossível imposta por Hopper.
Hopper e Joyce agem como pais preocupados, mas Eleven está decidida a participar da operação de infiltração no Mundo Invertido. Após discussões tensas, Hopper finalmente cede e permite que ela se junte à equipe — não sem antes reforçar que teme colocá-la em risco.
Holly Wheeler e a “amiga imaginária” que pode ser Vecna
Um dos grandes ganchos do episódio envolve Holly Wheeler, que continua conversando com alguém que chama de “Sr. Fulano”. Inicialmente tratada como imaginação infantil, a situação ganha contornos preocupantes quando a professora percebe o comportamento estranho da menina perto dos portões da escola.
O episódio sugere que Vecna está manipulando Holly, possivelmente usando o sentimento de isolamento da menina — alimentado pelas discussões constantes entre Karen e Ted — para dominá-la emocionalmente, o que ecoa seu padrão de vítimas das temporadas anteriores.
A missão de infiltração: quando tudo dá errado
O ataque de Vecna e o caos no Mundo Invertido
Durante a entrega de suprimentos, Hopper se esconde em um dos caminhões enquanto Jonathan e Steve rastreiam o sinal. Tudo parece sob controle até que o caminhão freia bruscamente: Vecna está preparando uma emboscada.
Will sente os arrepios característicos e entra em colapso, revivendo o trauma da segunda temporada.
Ao mesmo tempo, Hopper é baleado, Demogorgons surgem e a operação desmorona completamente. Quando o caminhão capota e o sinal se perde, Hopper fica preso sozinho no Mundo Invertido, isolado em território inimigo — criando uma de suas situações mais perigosas de toda a série.
O ataque à casa dos Wheeler
No desfecho do episódio, quando Will acorda e percebe que o Demogorgon está indo atrás dos Wheeler, o grupo corre para alertá-los.
Mas é tarde demais: um portal se abre no teto da casa e um Demogorgon emerge, encerrando o episódio com um dos cliffhangers mais tensos da série até agora.
Análise crítica: os acertos e problemas do episódio
O retorno da série ao estilo clássico e seus desafios
Após um longo hiato, Stranger Things retorna com um episódio repleto de elementos que marcaram sua jornada: nostalgia oitentista, tensão sobrenatural e uma atmosfera de perigo crescente.
No entanto, o episódio também deixa claro um problema que vem se acumulando nas últimas temporadas: o elenco gigantesco.
Com tantos personagens importantes, alguns acabam relegados ao fundo da história, como Jonathan, Lucas, Nancy e até Steve. Isso compromete o desenvolvimento emocional e dificulta encontrar espaço para todos brilharem.
Repetições de arcos e analogias narrativas
Outro ponto perceptível é a repetição de padrões narrativos. Hopper volta ao papel de pai superprotetor; Will revive seus arrepios e convulsões; Dustin repete o luto isolado de Max.
Embora essas repetições possam ter propósito, fortalecendo paralelos temáticos, também reforçam a sensação de que a série está revisitando fórmulas já usadas.
Holly Wheeler como possível chave da temporada
O elemento mais inovador e intrigante do episódio é, sem dúvida, a conexão entre Holly e Vecna.
O comportamento da menina, sua sensibilidade emocional e o contexto familiar conturbado criam uma narrativa nova e sombria, possivelmente indicando que Holly terá papel fundamental no plano do vilão.
Essa nova abordagem traz frescor à trama e abre espaço para um desenvolvimento inesperado nos próximos capítulos.
Expectativas para o restante da temporada
“O Rastejar” funciona como um recomeço, ajustando as peças e preparando o cenário para o conflito final. Apesar de não trazer grandes avanços imediatos, estabelece perguntas fundamentais:
Quem é a Dra. Kay e o que o exército esconde?
Qual é o plano exato de Vecna ao manipular Holly?
Como Hopper sobreviverá sozinho no Mundo Invertido?
E, principalmente, qual será o papel de Eleven no desfecho dessa batalha?
A temporada promete ritmo crescente e decisões difíceis — inclusive a possibilidade de finalmente vermos perdas significativas no grupo, algo que Stranger Things sempre evitou enfrentar de forma definitiva.
Conclusão: um começo sombrio e promissor
O primeiro episódio da quinta temporada mostra que Stranger Things está pronta para amarrar suas pontas, revisitar sua essência e colocar Hawkins no centro de um confronto final devastador.
Entre nostalgia, terror e conflitos internos, “O Rastejar” abre espaço para teorias, expectativas e muita emoção, deixando claro que a temporada final não economizará em impacto.
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